Clipping – GZH – Porto Alegre registra crescimento de 43% nos lançamentos imobiliários no primeiro semestre de 2022

O mercado imobiliário em Porto Alegre encerrou a primeira metade do ano aquecido no âmbito de novos empreendimentos. No primeiro semestre, a Capital registrou 1.821 lançamentos de imóveis. Esse montante representa aumento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são de pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RS).

O levantamento da entidade é realizado em parceria com a Alphaplan – Inteligência em Pesquisas e a Órulo. Rapidez em processos de liberação de empreendimentos, expectativa por cenário econômico melhor e apetite maior por imóveis de alto padrão estão entre os ingredientes que explicam esse movimento, segundo especialistas e integrantes do setor.

 

O presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum, afirma que maior agilidade por parte da prefeitura na aprovação e licenciamento de empreendimentos é um dos fatores que explicam a alta nos lançamentos. Na questão da velocidade de vendas, o executivo cita que os melhores desempenhos estão em duas pontas do mercado:

— A gente vê dois extremos que seguem em alta. O de estúdios e apartamentos de um dormitório, que têm um ticket mais baixo e estão performando muito bem. E tem também o alto padrão, que segue com bons números, porque o comprador dessa linha não é tão dependente do financiamento imobiliário.

O professor Alberto Ajzental, coordenador do curso de Negócios Imobiliários da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que o indicador de lançamentos está muito ligado às expectativas do setor em relação ao futuro. Como esse segmento conta com um ciclo longo, as empresas apostam em cenário melhor nos próximos anos, com desaceleração em pressões de custos e aumento no número de potenciais compradores:

— Tendo em vista que parou de piorar, que a tendência é melhorar, se a avaliação é de que o pior já passou, o setor escolhe lançar com a perspectiva de melhora no ano que vem.

Em relação às vendas, o setor apresentou ligeira queda no primeiro semestre, com 2.614 unidades comercializadas. Esse montante representa menos 17 unidades em relação ao mesmo período do ano passado, ou seja, queda de 0,64%. No âmbito do volume geral de vendas sobre esse indicador, houve crescimento de 15%.

O vice-presidente de Operações da Melnick, Marcelo Guedes, afirma que a empresa apresentou crescimento tanto em lançamentos quanto em vendas no primeiro semestre. O executivo também cita apetite maior por empreendimentos de alto padrão. Guedes afirma que os consumidores dessa linha costumam ter alguma reserva de valores ou de bens que afastam o efeito do crédito imobiliário:

— A concentração dos lançamentos está se dando naqueles imóveis de maior valor agregado. Empreendimentos de médio, alto e altíssimo padrão. Porque o cliente que busca esse tipo de imóvel já tem um imóvel usado, que também valoriza, e algum recurso guardado, acumulado. Isso faz com que esse comprador consiga fazer a aquisição de imóvel sem tanta dependência do financiamento de longo prazo.

O diretor Enio Pricladnitzki, da Wikihaus Incorporadora, afirma que o primeiro semestre foi mais favorável para o setor de imóveis de luxo. O ramo de classe média alta, onde atua a Wikihaus, sofreu alguma oscilação, segundo o empresário. Pricladnitzki destaca que o desempenho da companhia foi bom no primeiro trimestre, mas fraco no segundo. No entanto, o executivo revela otimismo para a segunda metade do ano, com a previsão de dois lançamentos da incorporadora em Porto Alegre. Menos pressão de fatores econômicos, como a elevação dos juros, reforçam essa estimativa, segundo Pricladnitzki:

— Agora que o juro bateu no teto, a tendência é de melhora. O imóvel deve voltar a ser opção e as pessoas devem ficar com menos receio da compra.

Fonte: GZH