Clipping – Monitor Mercantil – Custo da construção calculado pelo IBGE continua em alta

 

Essa foi a terceira maior variação do ano e, de acordo com a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, é resultado da alta de 1,38% no custo com materiais e de 1,62% no custo com a mão de obra. De janeiro a julho, o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) já aumentou 9,11% e 14,07% nos últimos 12 meses.

A maior variação mensal foi registrada pela Região Sul (3,33%), em função das convenções coletivas firmadas no Paraná e no Rio Grande do Sul. O estado do Paraná apresentou a maior alta mensal (5,18%).

Já de acordo com dados do Senior Index, relatório da Senior Sistemas que acompanha indicadores de mercado, o setor da construção registrou um aumento de 5,34% na movimentação do mercado imobiliário no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado.

Outro dado levantado aponta uma alta no valor geral de vendas (VGV) dos empreendimentos no primeiro semestre do ano, com um aumento de 3,28%, correspondente a uma movimentação de cerca de R$ 9,8 bilhões.

Ainda de acordo com a pesquisa, houve um crescimento de 7,38%, com um investimento médio a nível Brasil girando na casa dos R$ 6.931,94.

Em 2021 o número de vendas na construção bateu recorde. Esse superávit na comercialização dos imóveis no ano passado aconteceu em virtude do bom momento do setor, que entre outros fatores, contou com uma queda representativa da taxa Selic. Se no passado as taxas de juros giravam na casa dos 12%, em 2021 foi possível financiar imóveis por menos da metade desse índice, chegando em alguns meses em 2%. Isso promoveu mais poder de compra e contribuiu para o boom de vendas.

De acordo com a CBIC, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no primeiro semestre de 2022 já aumentou 7,53%. Apesar da variação ser inferior à registrada em igual período do ano anterior, essa é uma das mais fortes para um primeiro semestre do ano desde 1996.

Outro dado apontado pela CBIC destaca que no mês de junho houve um aumento de 2,14% no INCC, o que corresponde a terceira maior elevação para esse mês nos últimos 28 anos. Somente em junho de 1995 (3,12%) e junho de 2021 (2,16%) as altas foram superiores. Ainda de acordo com a CBIC, em junho o custo dos materiais e equipamentos cresceu 1,07%, o custo da mão de obra aumentou 3,35% e o custo com serviços sofreu elevação de 0,68%.

No ano passado, o PIB da construção registrou uma alta de 9,7% no acumulado do ano. Foi o maior aumento registrado em 11 anos. Porém, é importante destacar que esse aumento foi em cima de uma queda de 6,3% em 2020. Para 2022, a projeção divulgada pela FGV e o Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP) é de que o PIB do setor tenha um aumento de cerca de 2%.

Fonte: Monitor Mercantil