Clipping – Estadão – Imóveis no Metaverso: mercado projeta investimento na plataforma com primeiras inovações no setor

Muito se discute sobre metaverso, tecnologia que se popularizou após a rede social de Mark Zuckerberg rebatizar o nome do grupo Facebook para Meta e declarar sua obsessão em criar um universo de realidade virtual, já com comercialização imóveis no Metaverso.

Porém, o Metaverso ainda é uma tecnologia nova que está se construindo e transformando e ainda é difícil para setores do mercado de imóveis no Metaverso, entender como usar, mesmo que a expectativa de investimentos seja bilionária.

Segundo a Bloomberg, PWC e Statista, o mercado do metaverso deve movimentar cerca de U$ 783.3 bilhões em 2024 quando comparado com os U$ 478,7 bilhões movimentados em 2020, ou seja, crescimento de 63%. Esses valores estão distribuídos em: anúncios, hardwares (para gamers, óculos VR, etc), softwares e serviços e entretenimento ao vivo, sendo este último o setor com aumento mais significativo. Nos próximos três anos, o mercado de games estima atingir 300 bilhões de dólares.

Um estudo do Instituto Kantar Ibope Media apresentou resultados que apontam que 6% dos brasileiros que usam a internet, o equivalente a 4,9 milhões de pessoas, já transitam por alguma plataforma de metaverso.

Este número demonstra que já existe um público habilitado, convencido e ativo para este meio esperando apenas a disponibilização de uma nova plataforma que unifique serviços, compromissos, experiências e interações.

O que é o metaverso?

De acordo com o especialista em tecnologia Fernando Godoy, CEO da Flex Interativa – referência no mercado de realidade aumentada e metaverso no Brasil, “trata-se de um espaço coletivo, compartilhado, composto de realidade virtual, aumentada, inteligência artificial, internet, áudio espacial, avatares e suas comunidades. A tecnologia tenta replicar a realidade por meio de dispositivos digitais”.

Ou seja, metaverso não é um lugar, um objeto, uma coisa, uma tecnologia e nem mesmo uma empresa.

“O metaverso se autoconstrói”, diz o especialista. A ferramenta proporciona novas formas de aprender, trabalhar, socializar, comprar e se divertir e podemos dizer que a pandemia fez essa tecnologia avançar, com a necessidade de conectar pessoas de vários cantos do mundo por meio das interações digitais. “Alguns chamam de fígital: união do físico com o digital ou de internet espacial. Já o meta significa muito além e é o que nos induz a pensar em algo futurista a ser descoberto e em novas possibilidades do que podemos enxergar”, reflete Godoy.

Para o usuário, a experiência pode ser acessar um ambiente 3D com o seu avatar e caminhar por um ambiente que pode ser a réplica de uma cidade, entrar dentro do corpo humano, acessar uma arena para assistir um show com os amigos (cada um com o seu avatar), assistir uma palestra ou workshop, participar de um programa gamificado e até ganhar prêmios!

“Resumidamente, é a evolução da forma de se comunicar através de experiências e serviços disponíveis numa combinação de várias tecnologias, tudo acontecendo em tempo real”, conta o CEO.

Mercado imobiliário no metaverso

A CNBC divulgou em fevereiro que as vendade de imóveis no Metaverso nas quatro principais plataformas atingiram US$ 501 milhões em 2021, de acordo com a MetaMetric Solutions.

As vendas em janeiro de 2022 chegaram a US$ 85 milhões e a empresa projeta que, nesse ritmo, pode chegar a quase US$ 1 bilhão este ano. Aos poucos, a plataforma tecnológica pode ressignificar a experiência dos compradores na visitação em apartamentos decorados.

A incorporadora Habitram anunciou recentemente o lançamento de uma experiência de conhecer um imóvel em um ambiente 100% virtual, de forma segura, personalizada e imersiva.

Tony Shayo, sócio-fundador e CEO da Habitram, prevê investimentos de R$ 5 milhões para desenvolver novos projetos com a tecnologia e já vislumbra empreendimentos Habitram na plataforma. “Por que não pensar em vender os nossos projetos dentro do metaverso? Estamos nos preparando para liderar uma nova era do mercado de imóveis”, comentou.

Outro exemplo é da AoCubo, startup do segmento imobiliário que usa ferramentas tecnológicas para conectar corretores e compradores qualificados de imóveis por meio de Inteligência Artificial.

A proptech atua de forma digital, está adaptada à necessidade do tour virtual, visitas e atendimentos online e, além disso, utiliza a tecnologia como solução para otimizar o tempo do corretor.

Outra empresa do setor da construção a se aventurar no mercado de imóveis no Metaverso, com experiências no virtual, a Roca Brasil Cerâmica, realizou seu evento Avant Première – a fim de divulgar os lançamentos dos portfólios de suas marcas para os principais parceiros e lojistas – dentro de uma plataforma do metaverso, de forma exclusiva e imersiva, que permite a criação de avatares e interação virtual para as atividades e rodadas de negócio com capacidade de reunir mais de 3 mil pessoas, simultaneamente, no lançamento.

Segundo a Marketing Manager , o metaverso se mostra promissor para o setor, que aponta que a plataforma industrial deve arrecadar até 2025 mais de US$ 540 bilhões, de acordo com informações reveladas pela empresa de análise TrendForce. “Realizamos um investimento significativo no metaverso, respondendo ao momento em que passamos com uma solução inteligente e pioneira.

Além de disruptiva, a iniciativa desponta como o futuro dos negócios e eventos”, destaca.O movimento está acontecendo em um primeiro estágio através de compras de “virtual lands” seja no Decentraland ou no Upland. Estes projetos têm se destacado em relação ao mercado imobiliário, mesmo que num formato de game ou eventos específicos que as marcas (varejo) estão promovendo.

“É importante reforçar que estamos apenas no início deste movimento, onde construtoras começam a entender o metaverso como plataforma para oferecer imóveis no Metaverso, com uma nova experiência aos seus clientes e transacionar em uma casa ou apartamento, seja ele real ou virtual”, afirma.

Fonte: Estadão