Clipping – 6 Minutos – Alta da Selic encarece custo do financiamento imobiliário

Os principais bancos de varejo do país têm aumentado os juros de seus financiamentos imobiliários desde julho de 2021, de acordo com levantamento da Melhortaxa feito com exclusividade para o 6 Minutos. Nesse período, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) intensificou o movimento pela elevação da taxa Selic, que culminou no atual patamar de 7,75%.

Principais agentes do mercado bancário, Itaú e Bradesco, aumentaram, entre julho e setembro, as taxas de crédito imobiliário de 6,9% para 8,3% e de 6,7% para 8,5%, respectivamente. A Caixa reajustou de 6,25% para 7% e o Santander, de 6,99% para 8,99 % neste mesmo período.

Existem diferentes opções de indexadores às quais os interessados em fazer um financiamento imobiliário precisam ficar atentos, alerta o sócio e cofundador da proptech Minha Casa Financiada, Vinícius Motta. O mais popular nas contratações de crédito desta modalidade é a TR (Taxa de Referência), cobrada junto com os juros previstos no contrato. O IPCA e a poupança também são acoplados no saldo devedor em algumas ofertas. Há ainda as chamadas taxas fixas, que não acompanham nenhum indexador, mas costumam ser mais elevadas.

“A TR está estável e praticamente zerada há alguns anos. Uma taxa atrelada à poupança pode variar em pouco tempo, como vimos quando a Selic subiu de 2% para 7,75%, o que afeta diretamente a taxa de juros como indexador da poupança”, explica.

Na atual conjuntura macroeconômica do país, a expectativa é de que o BC continue elevando a taxa Selic para frear o aumento dos preços. Alguns analistas preveem que os juros atinjam os dois dígitos em 2022. Caso tal cenário se confirme, opções de crédito atreladas a indicadores mais suscetíveis a estes movimentos, como a poupança, sofrerão reajustes imediatos, lembra a coordenadora de crédito imobiliário da Melhortaxa, Priscilla Basso.

“Quem escolheu financiamentos atrelados à poupança verá as parcelas flutuarem para cima, já que a expectativa é de mais altas nas próximas reuniões do Copom. Por outro lado, quem garantiu uma taxa fixa meses atrás não sofrerá correções. É importante dizer que não existe certo ou errado, mas perfis diferentes de famílias e pessoas que buscam o crédito imobiliário. Para quem ainda não contratou, vale dizer que o aumento da Selic tem se refletido em uma maior exigência no processo de análise do tomador de crédito que procura os grandes bancos.”

Embora os juros sejam o principal balizador das taxas cobradas no crédito imobiliário, os reajustes realizados pelos bancos nem sempre ocorrem imediatamente após uma elevação promovida pelo Copom. Em 2021, o encarecimento dos financiamentos ocorreu em julho, meses após o início do início de uma série de aumentos da Selic. No entanto, a perspectiva de aumento do custo de capital no país no futuro próximo abriu uma “janela de oportunidade” para quem deseja adquirir imóveis com auxílio de instituições financeiras, ressalta Priscilla.

“Ainda temos uma janela de oportunidade a ser aproveitada e é interessante garantir a taxa atual. Quando os juros alcançarem dois dígitos, a situação se tornará menos vantajosa. O principal fator a ser observado é o CET (Custo Efetivo Total), a soma de todos os encargos, tributos e taxas que compõem um empréstimo ou financiamento imobiliário. A TR é uma taxa mais atrativa e um indexador estagnado; é uma segurança para quem faz opção por essa taxa”, avalia.

Fonte: 6 Minutos