Clipping – Climatempo – Em meio à pandemia, mercado imobiliário reage

É fato que em meio ao cenário mundial, onde a pandemia virou referência para a tomada de decisões, muitas empresas fecharam, outras tiveram que alterar seu modus operandi, outras alteraram seus produtos ou serviços. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última semana do mês de junho a taxa de desemprego chegava a 13,1%, o que representa 12,4 milhões de desempregados no Brasil. Tal cenário gerou muito receio do empresariado e um grande medo de novos investimentos, devido às incertezas do mercado.

Porém, em meio a tantas mudanças observa-se que o mercado imobiliário destoou do cenário imposto pela pandemia. Segundo o empresário Sylvio Araújo o período da pandemia foi o melhor dos últimos 4 anos, quando citou que “o ano de 2020 já era um ano de grandes expectativas do setor imobiliário, e isso se mostrou na prática mesmo em meio à pandemia, pois a procura por imóveis cresceu muito e os fechamentos de negócios superaram todas as projeções”.

Uma explicação para upgrade no mercado imobiliário foi a histórica queda de juros no Brasil, a qual possibilitou facilidades nos financiamentos e na outra ponta, tornou as aplicações em poupança, CDBs e afins, algo pouco atrativo. A redução acabou sendo um motivo das pessoas “correrem” dessas aplicações financeiras, pois as mesmas tendem a perder para a inflação, assim, os sonhos que poderiam ser realizados com o dinheiro passam a ficar mais distantes, dessa forma, o momento ideal passou a ser o presente. “Fizemos um lançamento imobiliário em uma cidade do interior de Minas Gerais, e mesmo com as restrições devido ao coronavírus, obtivemos a venda de 120 unidades em 7 dias, e ainda terminamos o trabalho com uma grande fila de espera”, conta Sylvio Araújo.

Em contrapartida ao sucesso do mercado imobiliário no interior do país, nas capitais, as grandes empresas divulgaram adiamento de seus lançamentos devido às restrições impostas pela crise sanitária, além disso, uma incerteza em relação ao futuro do mercado acabou dominando os estudiosos da área.

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em matéria publicada no Correio Brasiliense (mai/2020) a estimativa era de que os lançamentos imobiliários iriam cair 79% por conta da pandemia do novo coronavírus, ainda de acordo com a CBIC, 45% dos brasileiros que pretendiam comprar um imóvel no início do ano de 2020 desistiram desse plano já em março, quando a pandemia ainda estava começando no Brasil. Ao ser questionado sobre essa diferença, o empresário Sylvio Araújo explicou que apesar de não ser muito claro para todos, os comportamentos são muito diferentes nas capitais e interior, mesmo se tratando de um mesmo mercado.

As grandes empresas lançam centenas e até milhares de unidades de uma só vez, sendo assim, qualquer fato que impeça que todas as ações de marketing sejam efetivadas pode ser um motivo para o adiamento, pois empreendimentos muito grandes necessitam de vendas vultuosas para serem validados. “Além das restrições da crise sanitária, o aumento do desemprego nas capitais acabou gerando um grande medo nas pessoas, o que impede que as mesmas pensem em investimentos, pois sem economias e emprego, o futuro acaba ficando incerto”, afirma Sylvio Araújo.

Retomando ao mercado imobiliário no interior, é notável em diversas cidades menores conseguiram absorver melhor os impactos da crise, além de que, vários municípios vivem do agronegócio, o qual fomenta de forma significativa o comércio. Tal fato é notável nos dados liberados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o CAGED, que cita que o agronegócio contratou mais do que demitiu neste ano, até o mês de agosto.

Enfim, o mercado imobiliário tende a crescer pela queda dos juros, não podendo esquecer que a pandemia acabou colocando milhões de pessoas dentro de casa, o que permitiu às pessoas refletirem suas moradias em aspectos de eficiência e conforto. “Percebemos que alguns clientes têm procurado por imóveis maiores do que os seus, pois entenderam a importância de possuir um imóvel que lhe propicie o máximo de conforto possível. Outros clientes já nos procuraram para que adquirissem imóveis menores, visto que perceberam o quanto não precisavam de moradias que os onerassem tanto. Porém, a maioria dos clientes que nos procurou foram pessoas com dinheiro aplicado em modelos tradicionais de renda fixa e que buscaram principalmente por lotes comerciais e residenciais para terem alguma destinação com grande possibilidade de valorização, visto não julgarem atrativos os rendimentos da poupança e afins”, cita Sylvio Araújo.

Fonte: Climatempo

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