Clipping – Pioneiro – Isolamento social estimula a procura por imóveis maiores ou afastados dos grandes centros urbanos

O período de isolamento social possibilitou que grande parte das pessoas tivesse mais interesse pelos lugares onde moram. Anteriormente, com os dias mais corridos, elas passavam pouco tempo em casa e, às vezes, só para tomar banho e dormir. Com o crescimento do home office e com os filhos estudando em casa, a população precisou investir em residências maiores e melhores.

Antes da pandemia, a tendência era o crescimento de imóveis pequenos já que grande parte da família passava mais tempo fora. Atualmente, se inverteu a procura. De acordo com o vice-presidente da Associação de Imobiliárias de Caxias do Sul (Assimob) e diretor da Perfil Imóveis, Gabriel Rocha, os clientes estão buscando espaços físicos com maiores metragens e mais cômodos para a maior distância dentro de casa.

— A pandemia mudou a necessidade e como as pessoas procuram imóveis hoje. Elas estão buscando mais estrutura porque estão ficando o dia inteiro na casa ou no apartamento. E com as crianças tendo aula em casa, também precisam ter um pátio que, mesmo isoladas, não fiquem fechadas. Quem tem possibilidade, está mudando — afirma.

Em vez de chácaras, as pessoas têm procurado residenciais no litoral gaúcho e até mesmo em Gramado ou Canela por serem cidades menos tumultuadas e mais estruturadas. Segundo o vice-presidente da Assimob, a procura por imóveis na praia teve um aumento de 40% e a busca de domicílios na Serra gaúcha cresceu aproximadamente 25%.

Outro principal requisito para a aquisição de um imóvel durante a quarentena é a presença de pátios grandes e sacadas mais amplas. Conforme o corretor imobiliário Jones Longui, o novo cenário de convívio tem feito os clientes procurarem espaços de socialização familiar em áreas externas e abertas também.

— Tanto em vendas quanto em locações, o pessoal tem buscado casas individuais com o principal requisito do pátio para os pets e para a privacidade da família. Eles querem que seja um momento de afastamento, mas que não seja entre paredes — esclarece.

POR MAIS CONFORTO NO LAR

Com o nascimento de sua filha Olívia e com a implementação do teletrabalho na empresa, o coordenador de importação Guilherme Giordani, 31, percebeu a necessidade de mudar de moradia durante a pandemia. O caxiense e a esposa Veruza deixarão o apartamento do bairro Bela Vista para residir em um maior no Panazzolo.

— Quando a gente fica mais em casa, nota os defeitos e as necessidades que vão surgindo por estar mais presente. Anteriormente, a gente morava em um apartamento de 50 metros quadrados e a agora praticamente dobrou o tamanho do imóvel. Buscamos também uma infraestrutura melhor para se sentir mais confortável dentro de casa, justamente pela experiência que tivemos com a pandemia — conta.

Guilherme, a esposa Veruza e sua filha Olívia mudarão de apartamento no final do mês.Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

Com a vantagem de acompanhar os primeiros meses da filha, a permanência de Guilherme em casa permitiu que ele procurasse uma residência com mais cômodos e de melhor localização. Ele e a família estão com planos de realizar a mudança para o apartamento do 15º andar no final deste mês.

PARA SAIR DO ESTRESSE

O médico anestesiologista caxiense Roberto Koehler Ribeiro, 53, encontrou uma outra forma para amenizar a responsabilidade e a preocupação que o enfrentamento da pandemia vem ocasionando. A família dos pais de Roberto optou por trocar o apartamento que tinha em Capão da Canoa por um imóvel no Condomínio Rossi, na praia de Atlântida.

No início do ano, a família negociou o apartamento como parte do pagamento e adquiriu uma casa em um residencial do litoral gaúcho. O motivo da compra foi a excelente estrutura do empreendimento e a presença de piscinas, academia, quadra de tênis e restaurante.

— Mesmo agora durante a pandemia que muitas coisas em Caxias não estavam funcionando, lá estavam disponíveis. Então, muitas vezes, em finais de semanas e feriados a gente acabou indo pra lá, pela estrutura do condomínio e por não estar tão restrito como aqui — relata.

Roberto e seus filhos Enrico e Marco no Condomínio Rossi Atlântida.Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

Ele e os filhos Enrico, 15, e Marco, 11, viram a residência no litoral como uma forma para não ficar fechado somente em casa, o que gera muito estresse. Como os pais de Roberto só frequentam a propriedade na temporada de veraneio, ele, os filhos e os irmãos têm utilizado a estrutura para manter a calma nos tempos turbulentos.

— Tanto eu quanto os meus filhos gostamos muito de praia. É uma maneira de desestressar um pouco, uma válvula de escape. O meu hobby é correr na rua, então lá fico bem à vontade, ao ar livre, perto da praia. Muito agradável — descreve Roberto.

Fonte: Pioneiro

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